Anna Dalmei vivenciou um novo momento na carreira recentemente, assinando a co-direção do longa “Horrorscope”, dividindo o set com o diretor Marco Carlucci. O projeto é um filme de terror slasher que mergulha em críticas sociais profundas, envoltas em suspense, violência e tensão dramática. Ele narra a história de diversos personagens confinados em um reality show falido – uma trama que logo revela até onde a sociedade pode ir para alimentar sua própria ganância.
A trama acompanha um grupo de personagens que participa de um reality show decadente, em um ambiente onde as aparências, ganância, poder e fama importam mais do que a integridade. A tensão cresce à medida que o jogo se revela mais sombrio do que o esperado – e os participantes se veem diante de escolhas brutais para sobreviver e permanecer em evidência.
“Acho que o longa mostra muito da nossa realidade atual através de uma lupa. Até onde estamos dispostos a ir por audiência? Existe algum limite?”, comenta Anna.
O filme também mergulha em uma outra discussão muito importante: a anestesia da sociedade. “Estamos sendo bombardeados por informação e entretenimento o tempo inteiro, e isso pode nos levar ao torpor, e esse é o perigo: quando chegamos em um patamar onde nada mais nos choca, e que só queremos ser entretidos, não importa o meio que se use para chegar nesse fim”, pontua Anna.
A proposta de Anna co-dirigir o projeto surgiu de forma inesperada. Ela participava da parte acadêmica de um curso de cinema quando recebeu o convite. “Foi uma surpresa, e uma mistura de incertezas e muita alegria pela confiança em mim para desempenhar um papel tão importante”, relembra.
O diretor Marco Carlucci comenta como foi colaborar com a atriz no set: “Ela é uma pessoa muito sensível, e isso fez toda a diferença. Eu gosto muito de trabalhar com atores, mas nos dez dias que a gente tinha, era difícil conseguir focar em tudo ao mesmo tempo. Acabamos criando uma parceria muito especial: eu conseguia tocar o set e seguir com o andamento das cenas, enquanto ela estava ali, preparando e ajudando os atores a entenderem o que estava acontecendo. Ter alguém com a sensibilidade dela no set foi incrível. Além disso, ela também é fã de terror, se engaja de verdade… Foi realmente uma experiência muito boa”.
Dividindo a direção com Marco, Anna viveu o desafio de comandar uma produção independente com gravações intensas: foram apenas duas semanas para filmar o longa inteiro, com mais de dez personagens e uma equipe técnica de cerca de 30 pessoas. “Foi uma maratona para todas as áreas. Mas acredito que saímos todos muito orgulhosos do resultado que tivemos”, afirma.
Sobre a experiência de estar nos bastidores do projeto, ela afirma: “Foi um grande presente fazer parte da direção geral de um longa-metragem. Ter assinado uma primeira co-direção ao lado de um profissional tão brilhante como o Marco e em um projeto com equipe e elenco tão maravilhosos, generosos e receptivos foi uma honra que nunca vou esquecer”. Ela ainda completa: “Dizia sempre ao Marco que estar no set naquelas diárias era um compilado de aulas para a vida. Aprendi muito durante todo o processo, e saí querendo me aprimorar e estudar ainda mais para ser o melhor que posso ser”.
Com temas provocativos, estética de gênero e uma execução intensa, “Horrorscope” é uma obra que convida o público a refletir. No momento, o longa-metragem está em fase de pós-produção. “Estamos na pós-produção, começando a entender o filme de verdade agora. Eu costumo dizer que a gente faz um filme quatro vezes: primeiro no roteiro, depois na pré-produção — quando organizamos todos os elementos do que será feito. A terceira vez é quando levamos tudo para a realidade, onde enfrentamos imprevistos: o ator está com fome, chove quando era pra ter sol… e aí tomamos decisões ali, no calor do momento. E, por fim, fazemos o filme de novo na pós, que é quase como uma reescrita. É exatamente onde estamos agora — e está sendo um processo muito gostoso”, completa Marco.
Segundo ele, há possibilidades do filme estrear no final deste ano ou no começo do ano que vem. A data exata depende de parcerias que ainda estão sendo definidas, como a participação em festivais, a estreia nos cinemas ou um lançamento independente.
